A segurança em condomínios ocupa uma posição central no dia a dia dos condôminos, síndicos e administradores, pois está diretamente relacionada à preservação da vida e do patrimônio dos residentes.
Dentre os diversos sistemas que auxiliam nessa prevenção está quele que, no contexto urbano atual, que exige atenção especial devido ao risco de quedas e acidentes, trata-se das Redes de Proteção em Janelas e Varandas.
Além de toda a controvérsia quanto as questões estéticas e ausência de manutenção, este sistema é muitas vezes é relegado ao esquecimento quando é realizada a Inspeção Predial, quando na verdade deveria ter a sua importância devida, não só pela segurança em si da unidade em que ela está instalada, mas também por conta da interface com um dos elementos mais críticos de um edifício que é a fachada.
Todos sabem da importância que esse equipamento tem para a segurança em condomínios, entretanto poucos tem conhecimento das práticas de instalação desses sistemas e as normas técnicas que regulamentam o processo de instalação.
Por isso é de suma importância que, tanto os profissionais que realizam Inspeções Prediais quanto condôminos e síndicos, entendam os preceitos técnicos para a correta contratação dos serviços de instalação de redes de proteção. Só assim poderemos mitigar dos riscos inerentes a instalações incorretas desse sistema.
A primeira atenção que devemos ter para garantir o pleno desempenho desse sistema depende, em grande parte, da estrita conformidade com normas e regulamentos que orientam as especificações e procedimentos de instalação. A ABNT NBR 16046, que estabelece os requisitos técnicos para redes de proteção em edificações é dividida em três partes: Fabricação da rede de Proteção (Parte 1), Corda da instalação da rede de proteção (Parte 2) e Instalação (Parte 3).
Essa norma trata da instalação de redes para proteção de janelas, sacadas, mezaninos, parapeitos, floreiras e demais aplicações semelhantes. Quando do ato de Inspeção predial, ao realizar a inspeção na instalação das redes de proteção é necessário conhecer termos e definições técnicas para o correto relato de inconformidades, ou o diagnóstico correto em caso de perícias técnicas:
- Corda: conjunto de fios não metálicos torcidos e trançados utilizado para a fixação da rede de proteção (ABNT NBR 16046-2);
- Elemento de fixação: introduzido no substrato, tem a função de fixar a rede de proteção;
- Elementos principais de fixação: são instalados nos pontos mais distantes do centro da rede de proteção;
- Malha: unidade mínima de entrelaçamento que compõe a rede de proteção, formando um modelo geométrico básico (usualmente um losango) (ABNT NBR 16046-1);
- Substrato: base na qual o elemento de fixação é instalado para afixar a rede de proteção, feita, por exemplo, de alvenaria, madeira, estrutura metálica.
Um dos pontos mais importantes para garantir a segurança e pleno do sistema é a análise prévia no substrato onde será instalada a mesma, justamente para verificar se este atende à resistência prevista de equivalente a 294 N (Newton), a qual pode ser verificada com uso dinamômetro manual.
Sempre que for contratar uma empresa especializada, que tenha um profissional habilitado para emitir ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) pela execução do serviço além de exigir o relatório de ensaios referente à fabricação das redes e instalação da corda, conforme previsto na ABNT NBR 16046 -1 e 16046 -2, que são:
- Resistência de impacto – Fabricação da rede;
- Resistência à tração antes do envelhecimento – Fabricação da rede e instalação da corda;
- Resistência à tração após o envelhecimento – Fabricação da rede e instalação da corda.
Infelizmente esses requisitos mínimos não são observados e/ou exigidos pelos contratantes e a curto/ médio prazo causa manifestações patológicas no local da instalação, como: desplacamento, infiltrações e desprendimento da ancoragem do elemento de fixação da rede de proteção.
Para aumentar a vida útil do sistema de redes de proteção e garantir a proteção contínua dos residentes é necessário algum cuidado quanto ao uso e manutenção é de suma importância, dentre elas podemos elencar:
- Evitar Exercer Pressão Excessiva sobre as Redes:
- Realizar Reparos apenas por profissionais habilitados e certificados
- Manter a Limpeza Regular:
- Realizar Inspeções Periódicas verificando problema evidente, como rasgos, desgaste ou sinais de corrosão nos fixadores. Caso identifiquem qualquer irregularidade, devem reportar imediatamente para a manutenção.
Cada fabricante deve fornecer as especificações do produto quanto as condições de uso e instalação, quando fabricadas e manuseadas de maneira adequada, têm vida útil de até oito anos. No caso de o produto ser usado para prevenção de acidentes com crianças, há uma determinação na norma técnica que estabelece garantia inflexível de três anos. “Após esse prazo, o consumidor deve realizar a substituição do produto”, completa.
Em resumo, a instalação de redes de proteção em condomínios é crucial para a segurança dos moradores, prevenindo quedas acidentais em janelas e varandas. A conformidade estrita com as normas técnicas, a escolha adequada de materiais e profissionais qualificados, e a adoção de práticas de segurança no uso cotidiano são essenciais para garantir um ambiente seguro.
Através de uma abordagem cuidadosa, respeitando as normas técnicas e priorizando a segurança, consultando e contratando profissionais habilitados para instalações e manutenção desse sistema, podemos garantir que os condomínios continuem sendo locais seguros e acolhedores para todos os seus residentes.
Referências:
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